Urnas eletrônicas, candidatos, mesários, eleitores e muito aprendizado. Esse foi o cenário das eleições que ocorreram nesta sexta-feira (15) nas duas unidades do Colégio Salesiano, em Natal. A iniciativa faz parte da parceria que a Escola Judiciária Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) tem com instituições de ensino a fim de incentivar a inserção da prática do processo eleitoral no contexto estudantil, estimulando nos jovens alunos, desde já, o desejo de participação política e cidadã. “Ações de cidadania como essa, feitas em parceria com as instituições de ensino, vem sendo fortalecidas a cada ano, objetivando incentivar o protagonismo dos jovens estudantes no processo democrático e com resultados dignos de comemoração” disse a juíza Érika Paiva, diretora da EJE.

Toda a organização do pleito, cessão das urnas eletrônicas e orientação foi feita pelos servidores que atuam na Escola Judiciária. Paulo Gustavo Lins, Técnico Judiciário do TRE-RN lotado na EJE, falou da importância desse trabalho realizado com o público estudantil. “Esse tipo de ação é fundamental pois fomenta a democracia, incentiva o debate sadio e contribui para o respeito às diferenças e ideias opostas. Através da EJE, essa nova geração passa a ter um contato mais próximo com o processo eleitoral, aprendendo cada vez mais sobre a democracia”. O sucesso do projeto garante a realização de novas parcerias. “Outras ações já estão programadas, estando também a Justiça Eleitoral à disposição de entidades de ensino, públicas ou privadas, para execução de projetos que estejam contemplados nos objetivos estratégicos da EJE” concluiu Érika Paiva.

Ao todo, 3.000 alunos foram às urnas para escolher os novos representantes dos grêmios estudantis. Eles tiveram contato com todo o processo eleitoral, da mesma forma que ocorre com os pleitos convencionais: campanhas, debates e, por fim, votação. A psicóloga do colégio e responsável pelas eleições, Giovanna Medeiros, explicou como se deu a organização do projeto. “Passamos por diversas etapas e contamos com o apoio do TRE-RN, que fez o treinamento dos mesários, instalou as urnas eletrônicas e acompanhou todo processo do início ao fim”. Ela também falou sobre o quanto essa iniciativa contribui para a formação dos estudantes. “Estamos desenvolvendo a cidadania e a consciência crítica. É uma maneira de incentivar os jovens a se colocarem como sujeitos ativos no processo de representatividade da gestão da própria escola. Hoje, eles passam a assumir uma responsabilidade no contexto escolar, mas no futuro podem ser os próximos representantes das cidades, estados e até do país”, concluiu.

No Salesiano São José, os estudantes escolheram entre duas chapas os novos gestores do Grêmio Estudantil Bartolomeu Garelli. Já no Dom Bosco, a votação se deu entre três chapas concorrentes para eleger a nova diretoria do Grêmio Estudantil Luige Prata. Para muitos, esse é o primeiro contato com a urna eletrônica; já para outros, essa é uma experiência constante. Salatiel de Souza Filho, por exemplo, tem 17 anos, já cursa o 3º ano do Ensino Médio e, graças às votações que participou em outros anos na escola, sentiu o desejo de comparecer à última eleição geral que ocorreu no Brasil, mesmo não tendo a obrigatoriedade de votar. “Votei ano passado pela primeira numa eleição oficial. E foi muito interessante esse processo de sair do ambiente escolar e ir para o contexto real, entendendo que é uma decisão ainda mais importante e que afeta aspectos que às vezes não temos noção. A responsabilidade do voto é, sem dúvidas, um dos maiores exercícios da cidadania e o direito maior da democracia, então fico muito feliz de ter a chance de poder participar disso”, destacou.