De mãos dadas com Van Gogh: uma parceria poética
Servidor do TRE-RN, Alexandre Abrantes, lança livro "Vitrais para Van Gogh", nesta quinta (28)

O poeta Alexandre Abrantes, servidor do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte, lançará nesta quinta-feira (28), a partir das 18 horas, o seu quarto livro – o terceiro de poesia –, intitulado Vitrais para Van Gogh, publicado pelo selo Sebo Vermelho Edições. A sessão de autógrafos será na Galeria Fernando Chiriboga, no Natal Shopping, piso L2. O evento contará com a apresentação lítero-musical de Carlos Zens (flauta), Diego Araújo (violino), Adele Vasconcelos e convidados do autor (recital).
Segundo Abrantes, a obra é uma viagem lírica da imaginação, formulada a partir da inquietação existencial do renomado pintor holandês e de sua luta por transfigurar a vida através do traço e da cor. “Sua pintura sem palavras e suas palavras partilhadas nas cartas a Theo, seu irmão, me inspiraram a transformar em versos, numa espécie de itinerário poético, sua angústia e seus sonhos transformados em arte”, diz Alexandre.
Kassia Rêgo, servidora do TRE-RN, que assina a orelha do livro, escreveu sobre o poeta: “Olhando a mesma Noite Estrelada, ele encontra um irmão na dor, e estende sua mão a Vincent van Gogh. Juntos, eles vão se perder na sinfonia triunfal da fusão da Palavra e da Cor”. Mais adiante, Kassia registra: “A Luz que emana dos Vitrais para Van Gogh ilumina o branco da página e da tela, tornando bela, vibrante e colorida a nossa existência”.
Já no prefácio, o Presidente da Academia Norte Rio-Grandense de Letras, Diogenes da Cunha Lima, concluiu: “Este livro é um tributo à força do espírito humano e à capacidade da poesia de capturar a essência da vida em suas formas mais belas. Belíssima obra. Recomendo a leitura”.
Capa de inspiração pós-impressionista
A virtuosa capa do livro é assinada pelo escritor e ilustrador Hélio Alexandre, também servidor do Judiciário Eleitoral, que habilidosamente captou a síntese da obra de Alexandre num design criativo e vibrante.
Uma estética visual fortemente inspirada na pintura “A Noite Estrelada”, de Vincent van Gogh, é apresentada na ilustração da capa, cuja análise plástica e simbólica demonstra que o título do livro foi muito bem representado pela imagem renderizada em divisões de cor e forma que simulam pedaços de vidro unidos por chumbo, próprios dos vitrais.
Essa estética “vitral” sempre remete à ideia de espiritualidade e reconstrução propiciada pela luz – temas que dialogam com a obra e a vida de Van Gogh, especialmente considerando-se sua fragmentada trajetória emocional e espiritual.
O uso de cores fortes e contrastantes, típicas do pós-impressionismo, é evidente aqui, ao mesmo tempo que a técnica de pinceladas curvas e intensas é reinterpretada como mosaico, atribuindo uma nova leitura à obra original de Van Gogh.
O reflexo do título invertido, na parte inferior da capa, remete a uma imagem desfocada e rebatida, evocando o ato de contemplação e introspecção — como se o leitor estivesse vendo a arte através de vidros ou espelhos. Ela sugere uma homenagem poética à sensibilidade e visão de mundo tanto do poeta quanto do pintor.
O autor
Alexandre Magnus Abrantes de Albuquerque é um poeta e escritor potiguar que vem se destacando na cena literária do Rio Grande do Norte. Além de servidor público, ele é especialista em Literatura Brasileira do Século XX e tem uma produção marcada pela sensibilidade e pela reflexão existencial.
Ele também participa de eventos literários, como o Clube do Livro do TRT-RN, onde compartilha inspirações e dialoga com leitores sobre suas obras e influências, que incluem autores como Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector.
A escrita de Alexandre Abrantes é marcada por uma linguagem refinada, imagens poéticas vívidas e uma constante investigação da condição humana.
O amor e suas nuances
Grande parte dos poemas de Alexandre gira em torno do amor — não apenas o amor romântico, mas também o amor idealizado, o amor perdido, o amor como força criadora e destruidora.
Reflexão existencial e introspecção
Abrantes mergulha em seus poemas em questões como identidade, tempo, memória e sentido da vida. Seus textos frequentemente convidam o leitor a olhar para dentro de si, como em No Coração das Palavras, no qual a linguagem é usada como ponte entre o íntimo e o universal.

