Dia da Mulher Negra Latino Americana: conheça Tereza Maria da Conceição
Comemorado no dia 25 de julho, o Dia Internacional da Mulher Negra foi instituído no RN pela lei 11.177/22

Celebrado internacionalmente, o Dia da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha é comemorado no dia 25 de julho. Além de uma comemoração, o dia marca a luta contra o racismo e o machismo que afetam a vida de todas as mulheres no planeta, sobretudo mulheres negras.
No dia 25 de julho de 1992, na cidade dominicana de Santo Domingo, ocorreu o I Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas. Neste encontro, onde compareceram mais de 300 representantes de 32 países, foram denunciados os problemas sofridos pelas mulheres negras e apresentado alternativas para as soluções. Deste encontro nasceu a Rede de Mulheres Afro latino-americanas e Afro-Caribenhas que, junto à Organização das Nações Unidas (ONU), conquistaram o reconhecimento do dia 25 de julho como o dia internacional para celebrar as mulheres negras latino-americanas e caribenhas.
No Brasil, a data também homenageia Tereza de Benguela, uma importante líder quilombola do século XVIII. Ela comandou o Quilombo do Quariterê, no Mato Grosso, resistindo à escravidão por décadas. Por isso, o dia 25 de julho passou a ser oficialmente reconhecido como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, através da Lei n° 12.987/2014.
No Rio Grande do Norte, o Dia da Mulher Negra foi reconhecido por lei através da Lei Estadual n° 11.177/22, que instituiu o Dia Estadual de Tereza Maria da Conceição Filha, sendo este também celebrado em 25 de julho. Dedicado à memória de uma quilombola, nascida na comunidade Negros do Riacho, localizada no município de Currais Novos, o dia reconhece as lutas de mulheres negras por igualdade.
Noêmia Lopes da Silva, sobrinha de Tereza Maria da Conceição e moradora do quilombo Negros do Riacho, fala da presença de Tereza no quilombo. “Ela era parteira, ensinava as crianças a ler. Também fazia peças de barro, e quando ficou mais velha passou esse trabalho para as filhas”, relatou. Das lições que Tereza deixou para a comunidade, Noêmia destaca a educação. “Eu aprendi a ser educada como ela, e também a educar”, relatou.
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) reconhece e se solidariza com a luta dessas mulheres no desenvolvimento de políticas públicas e melhor qualidade de vida. Num país onde maior parte do eleitorado é constituído por mulheres (52%) e negros (64,96%), a democracia deve ser feita de modo a incluir e reconhecer as lutas dessas populações.

