Três urnas foram transportadas de barco nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (6) para o município de Galinhos, que fica localizado no litoral norte do Estado, há cerca de 160 km distante da capital, na Península de Galinhos, rodeado por dunas, salinas, mangues, praia e rio. Os equipamentos foram preparados para receber os votos dos estudantes na primeira edição do Parlamento Jovem na cidade, uma iniciativa da Câmara Municipal de Galinhos com apoio da Escola Judiciária Eleitoral (EJE).

Os servidores da justiça eleitoral que acompanharam o processo, Solon Almeida, chefe de gabinete da Escola Judiciária Eleitoral e João Milton, chefe de cartório da 62ª zona eleitoral, que já ajudou a implantar o Projeto em outros municípios, encontraram os alunos em grande empolgação para a primeira eleição do Projeto. Também acompanharam o processo, os assessores da Câmara de Vereadores de João Câmara, Marcos Junior e Moisés Araújo. 

No total, 14 estudantes participaram das eleições como candidatos ao parlamento, sendo 6 da Escola Estadual José Varela e 8 da Escola Municipal Professor Freitas. Pela escola estadual, os alunos Eduardo Pereira, Bárbara Nicolly, Vitória Costa, Abdenego Felipe, Maria Cecília e Vitória De Jadson disputaram 5 vagas nas eleições. Já os alunos da escola municipal, Iorrany Lorena, Cleiseliane Cruz, Eva Priscipa, Ana Beatriz, Anthony Glaycon, Allany Debora, Kleberson Vale, e Ulysses Moura competiram por 4 vagas disponíveis para os parlamentares jovens. 

E os estudantes se prepararam para a disputa. Alguns deles até elaboraram cartazes com frases bem usadas por candidatos em eleições oficiais, como: “Vote certo”, “Vote Consciente”. “É hora da mudança”, entre outras. 

1ª edição 

“Essa primeira edição do Parlamento Jovem em Galinhos está sendo fundamental para incentivar as crianças a entenderem na prática o trabalho dos parlamentares e compreenderem o verdadeiro papel do Poder Público. Nada disso seria possível sem o apoio do TRE/RN”, declarou o vereador presidente da Câmara, André Wallace Pinto Cavalcante. 

O Coordenador do projeto na Câmara Municipal de João Câmara, Marcos Antônio Alexandre da Silva Júnior, reiterou: “O Parlamento Jovem de Galinhos em 2024 proporciona uma chance dos jovens que estão vivendo numa comunidade bastante isolada, uma península, de se conectarem e terem acesso a um importante canal de expressão democrática”, declara Marcos. 

Essa é a primeira edição em Galinhos, mas em João Câmara o projeto já está na 3ª edição, e vêm sendo desenvolvido ainda em São Bento do Trairi, Serra Negra do Norte, Jandaíra, Jardim de Angicos, Grossos e Carnaúba dos Dantas. “O TRE, através da Escola Judiciária Eleitoral, vem apoiando de forma incondicional o desenvolvimento de ações cidadãs para formação de uma nova geração mais consciente de seu papel na democracia brasileira”, frizou a diretora da EJE, a juíza da Corte Eleitoral, Dra.Ticiana Maria Delgado Nobre.

Eleições 

De acordo com o último Censo do IBGE, Galinhos tem cerca de 2.104 mil habitantes e tem 2.881 eleitores, com uma Câmara de Vereadores onde quase metade da composição é de mulheres, são 4 vereadoras e 5 vereadores, ou seja, a participação das mulheres na política local parece ser bastante ativa. 

Contando com um número significativo de meninas concorrendo às vagas do Parlamento Jovem, a expectativa para a candidatura de mais meninas era alta. Dos candidatos eleitos, 5 foram meninas e 4  meninos. Na Escola Municipal Professor Freitas, 2 meninas foram eleitas para ocuparem as vagas, enquanto na Escola Estadual José Augusto Varela 3 meninas foram eleitas e mais votadas. 

Na tabela a seguir há mais detalhes sobre os candidatos eleitos e a relação de votos: 

O Tribunal enviou 3 urnas modelo 2020 para a realização das eleições, duas para o pleito e outra de contingência. Ao todo, 280 alunos participaram como eleitores, sendo 75 da escola estadual e 205 da municipal. A apuração dos votos encerrou por volta das 20h, no plenário da Câmara com sala lotada. A data de diplomação e posse dos candidatos ainda será definida. 

A diretora de uma das escolas em seu depoimento, disse que esse projeto era a realização de um sonho que ela tinha para o município. A Justiça Eleitoral apoia projetos como esse porque também compreende que é possível construir uma juventude mais participativa e engajada politicamente.