Nesta segunda-feira (28), ocorreu a roda de conversa sobre enfrentamento à violência contra a mulher e a violência de gênero. A ação faz parte da campanha contra a violência doméstica que o Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) promove anualmente para debater sobre o tema e encorajar mais mulheres a romperem com ciclos de violência, seja no ambiente familiar ou nos espaços de trabalho. O evento foi mediado pela assessora de comunicação do Regional, Sara Cardoso, que coordenou o diálogo entre as convidadas representantes da ONG Movimenta Mulheres RN: Karenina Hentz da Cunha Lima, arquiteta e presidente da ONG; e Andrea Andrade, advogada e voluntária da ONG.

Na abertura do evento, foi exibido o documentário "Pra quem eu vou contar?", com duração de 31 minutos. A produção aborda histórias reais de mulheres que enfrentaram a violência doméstica e destaca os desafios e silenciamentos que marcam essas vivências. Neste documentário, há o relato da violência sofrida por Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de duas tentativas de feminicídio, sendo o seu caso amplamente repercutido, tanto pela gravidade, como pela negligência do Poder Público, originando anos depois a Lei nº 11.340/2006, que recebe o nome “Lei Maria da Penha”, em homenagem a sua luta por justiça e por trabalhar na defesa de outras mulheres vítimas de violência doméstica no país.

Na sequência, as representantes da Movimenta Mulheres RN, formada por mulheres que apoiam mulheres, explicaram como a organização surgiu em 2021, com o objetivo de acolher e incentivar que mais mulheres denunciem agressões e violências sofridas. A ONG atua com palestras, ações sociais de arrecadação de produtos de higiene e alimentos e também com campanhas no interior do Estado e na capital, com o apoio de prefeituras, Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e outras comunidades. “Criamos coordenação de apoio à maternidade, coordenação de enfrentamento à violência contra mulheres, coordenação de masculinidade, coordenação de letras e literatura, e as coordenações indígenas e das mulheres negras. São diversas coordenações que trazem essas demandas e a gente atua no interior e na capital, sempre no intuito de informar”, explicou a presidente da ONG sobre a sua atuação no Estado.

A advogada da Ordem dos Advogados do Brasil do RN (OAB/RN), Andrea Andrade, foi uma das idealizadoras do projeto e presta suporte jurídico às vítimas que procuram o apoio da ONG. “É engrandecedor fazer parte de um momento em que você tenta trazer para outras mulheres a luz no fim do túnel, seja pra mulher que é vítima, seja pra mulher que muitas vezes se coloca no papel de juiz de outra mulher, da colega que está passando por uma situação difícil”, comentou Andrea sobre sua participação no evento.

Na ocasião, a advogada e palestrante também reforçou a importância da empatia nesses casos. “Hoje, para além das informações que temos amplo acesso, nas redes sociais, na internet, qualquer pessoa pode ter acesso à legislação e a informações. Então, acho que o que falta hoje é consciência, é respeito ao próximo, é enxergar o outro como um indivíduo que pode ser falho, mas que precisa de acolhida e de escuta”, complementou a advogada. 

A proposta faz parte das ações previstas pela Assessoria de Comunicação do TRE-RN (ASCOM) e pela Assessoria de Gestão Estratégica, Governança e Inovação (AGE), com apoio do Núcleo de Segurança e Inteligência (NSI), voltadas a atender a Recomendação CNJ nº 102/2021. 

Quem precisar entrar em contato com a ONG Movimenta Mulheres, basta acessar o Instagram @movimentamulheresrn ou telefonar para o número (84) 9 9412-8457 - Karenina. A ONG está à disposição para participar de palestras, rodas de conversa e demais atividades de apoio a esta causa.